[EDITORIAL] Caixa desrespeita decisão judicial e empregados do banco

Por APCEF/MG
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13 de fevereiro de 2020

Está em curso um projeto de reestruturação da Caixa Econômica Federal chamado “MOVIMENTA VAREJO”, identificada com a hashtag: #umasocaixa (PRA TODOS OS BRASILEIROS).

Os pilares da reestruturação são: CLIENTES, EFICIÊNCIA, RESULTADOS e PESSOAS, o que envolverá extinção e criação de novas unidades, além da criação de novas carteiras de clientes com as suas respectivas regras para encarteiramento. Como o próprio nome diz, o objetivo da Caixa Econômica Federal é focar a sua atuação no VAREJO, reposicionando a atuação da empresa no mercado.

Estamos vivendo um período em que as mudanças estão ocorrendo de forma cada vez mais rápida e as empresas, assim como as pessoas, precisam ficar atentas aos novos desafios que se apresentam para o futuro. Por conta disto é natural que a Caixa aja neste sentido, e podemos até não concordar com este reposicionamento, já que o lucro recorrente do banco foi recorde em 2018 registrando 12,7 bilhões de reais, obtido justamente com base na intermediação financeira e a prestação de serviços, com previsão de ser ainda maior em 2019, mas entendemos que isto é uma liberalidade da empresa.

O que não podemos concordar é com a forma com que uma reestruturação desta magnitude está sendo conduzida pela direção da empresa, e em função disto gostaríamos de abordar alguns pontos que consideramos importantes:

COMUNICAÇÃO:  Somos mais de 80.000 empregados, e muitos não estão sabendo exatamente o que está acontecendo de fato. Este desconhecimento aumenta na medida em que o nível hierárquico cai. Toda mudança, por melhor que seja, está sujeita a contratempos e ajustes na medida em que ela vai sendo implementada, e a ausência de normativos específicos (que ainda estão sendo elaborados) é outro ponto preocupante;

PRAZO PARA IMPLANTAÇÃO: Um ponto que merece destaque é a velocidade com que as mudanças estão sendo implementadas a partir do momento em que elas foram divulgadas formalmente pela alta direção da empresa. É evidente que uma alteração desta envergadura exige um prazo bem maior para sua implantação, haja vista o volume considerável de variáveis envolvidas, inclusive humanas, além dos eventuais ajustes citados anteriormente que acontecerão inevitavelmente;

TRANSPARÊNCIA: Embora o foco da reestruturação esteja direcionado para o VAREJO, é sabido que há toda uma estrutura organizacional que dá suporte às atividades realizadas pelas unidades da Caixa e seus parceiros, citados no projeto. Todas as informações a respeito da reestruturação foram passadas de forma esparsa, sem conexão aparente entre si, e para determinados grupos da empresa. Paralelamente a isto, é de conhecimento de todos que há um processo de vendas de ativos da Caixa Econômica Federal, e podemos citar como exemplo a Carteira de Investimentos, Cartões de Crédito, Seguros e Loterias. Não acreditamos que o movimento seja isolado, não guardando relação com outras ações que podem, inclusive, estar sendo elaboradas seguindo o meio receituário que está sendo aplicado no momento.

Todo este processo está gerando uma insegurança muito grande nos empregados da Caixa, já que não têm a menor ideia do que vai acontecer no futuro, pois há o risco de muitos perderem a função, terem de mudar de cidade e tudo isto dentro um ambiente no qual as metas estão cada vez mais altas e o número de empregados cada vez menor. Esta ansiedade e insegurança está se refletindo em outros setores da empresa, justamente pela forma como está sendo implementado, configurando-se num claro exemplo de assédio moral, pois os empregados estão sendo tratados como máquinas. Entendemos que esta postura está sendo adotada de forma deliberada, já que junto da reestruturação está sendo veiculada a existência de um novo Plano de Demissão Voluntária para forçar a saída dos empregados que serão preteridos na formação da nova estrutura.

Reiteramos, mais uma vez, o entendimento de que mudanças são necessárias, mas elas devem ser realizadas respeitando-se os preceitos mínimos da boa organização e, principalmente, com respeito aos empregados da Caixa que trabalham diuturnamente pelo crescimento da empresa e na manutenção da sua missão de ser a principal promotora do desenvolvimento e aplicação das políticas sociais do governo.

Diante deste quadro, não vemos outra opção senão a de estudar medidas judiciais cabíveis para garantir a integridade física e mental dos empregados da Caixa: o seu maior patrimônio.

        DIRETORIA EXECUTIVA 

                                                   

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